quinta-feira, 3 de outubro de 2013

QUADRO I - CONECTIVOS

         QUADRO 1
IDEIAS
SIMPLES
COMPOSTOS
causa
porque, pois, por, porquanto, dado, visto, como
por causa de, devido a, em vista de, em virtude de, em face de, em razão de, já que, visto que, uma vez que, dado que
consequência imprevista
tão, tal, tamanho, tanto ..., que
de modo que, de forma que, de maneira que, de sorte que, tanto que
IDEIAS
SIMPLES
COMPOSTOS
consequência lógica
logo, portanto, pois, assim
assim sendo, por conseguinte
finalidade
para, porque
para que, a fim de que, a fim de, com o propósito de, com a intenção de, com o fito de, com o intuito de
condição
se, caso, mediante, sem, salvo
contanto que, a não ser que, a menos que, exceto se
oposição branda
mas, porém, contudo, todavia, entretanto
no entanto
oposição 
embora, conquanto, muito embora
apesar de, a despeito de, não obstante, malgrado a, sem embargo de, se bem que, mesmo que, ainda que, em que pese, posto que, por mais que, por muito que
comparação
como, qual
do mesmo modo que, como se, assim como, tal como
tempo
quando, enquanto, apenas, ao, mal
logo que, antes que, depois que, desde que, cada vez que, todas as vezes que, sempre que, assim que
proporção

á proporção que, à medida que
conformidade
conforme, segundo, consoante, como
de acordo com, em conformidade com
alternância
ou
nem ...nem, ou ... ou, ora ... ora, quer ... quer, seja ... seja
adição
e, nem
não só ... mas também, tanto ... como, não apenas ... como
restrição
que




QUADRO 2
Como indicar as circunstâncias e outras relações
Observe a correlação entre conectivos e as idéias expressas por eles, na tabela a seguir:
Conectivo
Valor semântico
Exemplo
Assim, desse modo
Têm valor exemplificativo, servem, normalmente, para explicitar, confirmar ou ilustrar o que se disse antes.
O Governador resolveu não se  comprometer com nenhum dos candidatos a prefeito. Assim, ele ficará à vontade para negociar com quem quer que seja eleito.
E
Serve para anunciar uma progressão e não para repetir o que foi dito antes. Além disso, as idéias expressas devem poder figurar como complementos.
Correto: Este trator serve para arar a terra e para fazer a colheita.

Errado: Tinha preguiça de estudar e dormiu.
Ainda
Serve para a inclusão de elementos
As eleições devem servir para melhorar consolidar o processo democrático. Servem, ainda, para definir os rumos que os moradores querem para a cidade.
Aliás, além do mais, além de tudo, além disso
Introduzem um argumento decisivo, apresentado como acréscimo, como se fosse desnecessário, justamente para dar o golpe final no argumento contrário.
Os salários estão cada vez mais baixos porque os aumentos concedidos não acompanham a inflação. Além disso, os impostos acabam por deteriorar ainda mais os já achatados salários.
Isto é, quer dizer, ou seja, ou melhor, em outras palavras
Introduzem esclarecimentos ou retificações do que foi dito
Muitos jornais, principalmente em época de eleição, alardeiam sua neutralidade. Isto é, seu pretenso descompromisso com partidos e candidatos.
Mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto
Marcam oposição clara entre dois argumentos. Tudo o que vem depois deles é a idéia mais relevante na frase
 EUA é bom, mas é uma porcaria.
O Brasil é uma porcaria, mas é bom.
Queria muito ser admitido pela empresa, entretanto não possuía as qualificações necessárias.
Embora, ainda que, mesmo que
Estabelecem ao mesmo tempo relações de oposição e concessão. Servem para admitir um dado contrário para depois negar seu valor.
Ainda que a ciência e a técnica tenham presenteado o homem com muitos avanços e comodidades, não resolveram o problema das injustiças.
Pois
Quando tem valor explicativo, denota que a idéia posterior a ele é a causa óbvia para o caso. Quando vem entre vírgulas, tem valor conclusivo.
Ele brigou feio com a namorada, pois ela o ofendeu gratuitamente.(explicativo)

Não conseguiu a nota esperada. Ficou, pois, decepcionado com eu desempenho. (conclusivo)
Porque, por isso que, visto que, uma vez que, haja vista que, em virtude de, devido a,
Estabelecem relações de causa e conseqüência
Negou-se a prestar esclarecimentos à polícia, devido a isso foi preso.
A fim de, para que, com o intuito de, com a intenção de, com o fito de
Estabelecem relações de finalidade, as quais revelam a intenção clara de quem praticou a idéia expressa.
 Acelerou o carro a fim de atingir o homem que atravessava a rua.
Tanto que, tão que
Estabelecem relações de conseqüência, as quais ao acidentais.
Acelerou tanto o carro que atingiu o homem que atravessava a rua.

A menos que, se, caso
Introduzem as condições para que um fato se dê.
 A menos que tenha de trabalhar, irei à festa.
Caso não tenha de trabalhar irei à festa.

O uso dos verbos: relações de tempo e aspecto


Tempo  verbal
Aspecto
Exemplo
Presente do indicativo
Hábito atual
Presentificação de fatos para aumentar-lhes a veracidade
Eu estudo língua italiana.
Estou para numa de esquina de Copacabana. São duas horas da madrugada.”(Fernando Sabino)
Pretérito imperfeito do indicativo
Simultaneidade ou duração no passado
Hábito passado
Vontade ou desejo
Quando cheguei, ele ainda dormia.

Eu andava de bicicleta na infância.
Queria  que você fosse comigo ao show.
Futuro do presente
Hipótese
Observância a normas ou preceitos
Quantos não estarão morrendo com este frio.
“Não matarás.
Pretérito mais que perfeito
desejo
Quem  dera eu tivesse sua idade!
Modo subjuntivo
Expressa possibilidades
Se eu pudesse, iria com você.
Quando eu puder, irei com você.

domingo, 11 de agosto de 2013

CANTIGAS DO TROVADORISMO

CANTIGAS DO TROVADORISMO

1. Cantigas de amor: o trovador confessa, de maneira dolorosa, a sua angústia, nascida do amor que não encontra receptividade. O "eu lírico" desses poemas se revela, às vezes, na forma de um apelo repetitivo, no qual não há erotismo, mas amor transcendente, idealizado. Como exemplo, vejamos esta cantiga de Pero Garcia Burgalês:


Ai eu coitad! E por que vi
a dona que por meu mal vi!
Ca Deus lo sabe, poila vi,
nunca já mais prazer ar vi;
ca de quantas donas eu vi,
tam bõa dona nunca vi. 

Tam comprida de todo bem,
per boa fé, esto sei bem,
se Nostro Senhor me dê bem
dela! Que eu quero gram bem,
per boa fé, nom por meu bem!
Ca pero que lh’eu quero bem,
non sabe ca lhe quero bem.

Ca lho nego pola veer,
pero nona posso veer! 
Mais Deus, que mi a fezo veer,
rogu’eu que mi a faça veer;
e se mi a non fazer veer.
Sei bem que non posso veer
prazer nunca sem a veer. 

Ca lhe quero melhor ca mim,
pero non o sabe per mim,
a que eu vi por mal de mi[m]. 

Nem outre já, mentr’ eu o sem
houver; mais s perder o sem,
dire[i]-o com mingua de sem; 

Ca vedes que ouço dizer
que mingua de sem faz dizer
a home o que non quer dizer!



2. Cantigas de amigo: o trovador apresenta o outro lado da relação amorosa, isto é, assume um novo "eu lírico": o da mulher que, humilde e ingênua, canta, por exemplo, o desgosto de amar e, depois, ser abandonada; ou o da mulher que se apaixonou e fala à natureza, à si mesma ou a outrem sobre sua tristeza, seu ideal amoroso ou, ainda, sobre os impedimentos de ver seu amado. No exemplo a seguir, do trovador Julião Bolseiro, o diálogo se estabelece entre a mulher apaixonada e sua filha, que impede a mãe de ver seu amado:

Mal me tragedes, ai filha,
porque quer ‘ aver amigo
e pois eu com vosso medo
non o ei, nen é comigo,
no ajade-la mia graça
e dê-vos Deus, ai mia filha,
filha que vos assi faça,
filha que vos assi faça. 

Sabedes ca sen amigo
nunca foi molher viçosa,
e, porque mi-o non leixades
ver, mia filha fremosa,
no ajade-la mia graça
e dê-vos Deus, ai mia filha,
filha que vos assi faça,
filha que vos assi faça.
Pois eu non ei meu amigo,
non ei ren do que desejo,
mais, pois que mi por vós v~eo
Mia filha, que o non vejo,
no ajade-la mia graça
e dê-vos Deus, ai mia filha,
filha que vos assi faça,
filha que vos assi faça.

Por vós perdi meu amigo,
por que gran coita padesco,
e, pois que mi-o vós tolhestes
e melhor ca vós paresco
no ajade-la mia graça
e dê-vos Deus, ai mia filha,
filha que vos assi faça,
filha que vos assi faça. 


As cantigas de escárnio: Nessa cantiga, o eu – lírico, faz uma crítica (sátira) indireta e com duplos sentidos a alguém. Para os trovadores fazerem uma cantiga de escárnio, ele precisa compor uma cantiga falando mal de alguém, ou seja, fazendo uma critica a alguma pessoa, através de palavras de duplo sentido, ou seja, através de ambiguidades, trocadilhos e jogos semânticos, através de um processo denominado pelos trovadores equívoco. Essa cantiga é capaz de estimular a imaginação do autor, sugerindo-lhe uma nova expressão irônica.
As cantigas de Maldizer: Esse tipo de cantiga, também traz criticas, ou seja sátiras diretas, porém não são acompanhadas de duplos sentidos. É normal que ocorra agressões verbais à pessoa que está sendo criticada, ou seja, satirizada, geralmente usa-se até mesmo palavrões para compor esse tipo de cantiga, onde se revela ou não o nome da pessoa que está sendo agredida verbalmente.


cantiga de escárnio:
Ai, dona fea, foste-vos queixar
que vos nunca louv[o] em meu cantar;
mais ora quero fazer um cantar
em que vos loarei toda via;
e vedes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandia!…

Cantiga de Maldizer:
Roi queimado morreu con amor
Em seus cantares por Sancta Maria
por ua dona que gran bem queria
e por se meter por mais trovador
porque lhela non quis [o] benfazer
fez-sel en seus cantares morrer
mas ressurgiu depois ao tercer dia!…



quinta-feira, 9 de maio de 2013

Saiba quando usar Ç, S, SS, Z e X



Grupo 01

a) Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulos terminados em TO:
intento = intenção
canto = canção
exceto = exceção
junto = junção

b) Usa-se ç em palavras terminadas em TENÇÃO referentes a verbos derivados de TER:
deter = detenção
reter = retenção
conter = contenção
manter = manutenção

c) Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulos terminados em TOR:
infrator = infração
trator = tração
redator = redação
setor = seção

d) Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulos terminados em TIVO:
introspectivo = introspecção
relativo = relação
ativo = ação
intuitivo – intuição

e) Usa-se ç em palavras derivadas de verbos dos quais se retira a desinência R:
reeducar = reeducação
importar = importação
repartir = repartição
fundir = fundição

f) Usa-se ç após ditongo quando houver som de s:
eleição
traição

Grupo 02

a) Usa-se s em palavras derivadas de verbos terminados em NDER ouNDIR:
pretender = pretensão, pretensa, pretensioso
defender = defesa, defensivo
compreender = compreensão, compreensivo
repreender = repreensão
expandir = expansão
fundir = fusão
confundir = confusão

b) Usa-se em palavras derivadas de verbos terminados em ERTER ouERTIR:
inverter = inversão
converter = conversão
perverter = perversão
divertir = diversão

c) Usa-se s após ditongo quando houver som de z:
Creusa
coisa
maisena

d) Usa-se s em palavras terminadas em ISAsubstantivos femininos:
Luísa
Heloísa
Poetisa
Profetisa
Obs: Juíza escreve-se com z, por ser o feminino de juiz, que também se escreve com z.

e) Usa-se s em palavras derivadas de verbos terminados em CORRERou PELIR:
concorrer = concurso
discorrer = discurso
expelir = expulso, expulsão
compelir = compulsório

f) Usa-se s na conjugação dos verbos PÔRQUERERUSAR:
ele pôs
ele quis
ele usou

g) Usa-se s em palavras terminadas em ASEESE, ISEOSE:
frase
tese
crise
osmose
Exceções: deslize e gaze.

h) Usa-se s em palavras terminadas em OSO, OSA:
horrorosa
gostoso
Exceção: gozo

Grupo 03

a) Usa-se o sufixo indicador de diminutivo INHO com quando esta letra fizer parte do radical da palavra de origem; com z quando a palavra de origem não tiver o radical terminado em s:
Teresa = Teresinha
Casa = casinha
Mulher = mulherzinha
Pão = pãozinho

b) Os verbos terminados em ISAR serão escritos com s quando esta letra fizer parte do radical da palavra de origem; os terminados em IZAR serão escritos com z quando a palavra de origem não tiver o radical terminado em s:
improviso = improvisar
análise = analisar
pesquisa = pesquisar
terror = aterrorizar
útil = utilizar
economia = economizar

c) As palavras terminadas em ÊS e ESA serão escritas com s quando indicarem nacionalidade, títulos ou nomes próprios; as terminadas em EZ e EZA serão escritas com z quando forem substantivos abstratos provindos de adjetivos, ou seja, quando indicarem qualidade:
Teresa
Camponês
Inglês
Embriaguez
Limpeza

Grupo 04

a) Os verbos terminados em CEDER terão palavras derivadas escritas com CESS:
exceder = excesso, excessivo
conceder = concessão
proceder = processo

b) Os verbos terminados em PRIMIR terão palavras derivadas escritas com PRESS:
imprimir = impressão
deprimir = depressão
comprimir = compressa

c) Os verbos terminados em GREDIR terão palavras derivadas escritas com GRESS:
progredir = progresso
agredir = agressor, agressão, agressivo
transgredir = transgressão, transgressor

d) Os verbos terminados em METER terão palavras derivadas escritas com MISS ou MESS:
comprometer = compromisso
prometer = promessa
intrometer = intromissão
remeter = remessa

Grupo 05

a) Escreve-se com j a conjugação dos verbos terminados em JAR:
Viajar = espero que eles viajem
Encorajar = para que eles se encorajem
Enferrujar = que não se enferrujem as portas

b) Escrevem-se com j as palavras derivadas de vocábulos terminados em JA:
loja = lojista
canja = canjica
sarja = sarjeta
gorja = gorjeta

c) Escrevem com j as palavras de origem tupi-guarani.
Jiló
Jibóia
Jirau

Grupo 06

a) Escrevem-se com g as palavras terminadas em ÁGIOÉGIOÍGIO,ÓGIOÚGIO:
pedágio
sacrilégio
prestígio
relógio
refúgio

b) Escrevem-se com g os substantivos terminados em GEM:
a viagem
a coragem
a ferrugem
Exceções: pajemlambujem

c) Palavras iniciadas por ME serão escritas com x:
Mexerica
México
Mexilhão
Mexer
Exceção: mecha de cabelos

d) As palavras iniciadas por EN serão escritas com x, a não ser que provenham de vocábulos iniciados por ch:
Enxada
Enxerto
Enxurrada
Encher – provém de cheio
Enchumaçar – provém de chumaço

e) Usa-s x após ditongo:
ameixa
caixa
peixe
Exceções: recauchutar, guache