terça-feira, 8 de março de 2016

PARNASIANISMO E SIMBOLISMO (resumo)

Parnasianismo

• Manifestação poética do Realismo e do Naturalismo, estéticas antirromânticas.
• Quanto à estrutura, caracteriza-se pela sacralidade da forma, pelo respeito às regras de versificação, pelo preciosismo rítmico e vocabular, pelas rimas raras e pela preferência por estruturas fixas, como os sonetos.
• Sonetos: 2 quartetos e 2 tercetos, versos decassílabos ou alexandrinos.
• Quanto ao conteúdo, valoriza o exotismo e a mitologia. Os temas preferidos são os fatos históricos, objetos e paisagens. A descrição visual é o forte da poesia parnasiana.
• Cavalgamento ou encadeamento sintático (enjambement) = quando o verso termina quanto à métrica, mas não quanto à ideia, se encerrando no verso de baixo.
• Surgiu no Brasil em 1882 com a publicação da obra “Fanfarras”, de Teófilo Dias, embora tenha se consolidado com “Poesias”, de Olavo Bilac, apenas em 1888.
• Tríade Parnasiana:
      Alberto de Oliveira => autor de “Vaso Grego”, é considerado mestre da arte de compor retratos, quadros e cenas. Sua obra revela apego aos cânones formais e temáticos do parnasianismo, leve tendência à ironia.
      Raimundo Correia => sua poesia parnasiana caracteriza-se por extremo rigor métrico e um acentuado apuro verbal.
      Olavo Bilac => une conteúdo emotivo e linguagem clássica. Outra característica de sua obra é a dualidade no tratamento do amor, oscilando entre platonismo e sensualidade.
• Os parnasianos brasileiros não seguiram todos os aspectos do parnasianismo francês, pois muitos poemas não abandonaram a subjetividade da geração romântica e há preferência por temas voltados à realidade brasileira, contrariando o universalismo.

Simbolismo

• Estética que surgiu movida por ideias subjetivas, pelo individualismo e pelo misticismo.
• Oposição às vertentes realistas => A visão objetiva da realidade não desperta mais interesse, mas, sim, o ponto de vista particular de um único indivíduo.
• Semelhança com o Romantismo => É uma poesia que se opõe à poética parnasiana e se reaproxima da estética romântica. Entretanto, mais do que elaborar uma poesia egocêntrica e voltar-se para o coração, os simbolistas procuram o “eu” em sua mais profunda manifestação.
• Temáticas: metafísica, misticismo, espiritualidade e abstracionismo. Traz passagens oníricas, ou seja, relativas ao sonho, ao inconsciente. Existência humana, psicanálise, loucura.
• Corpo => cárcere da alma; a morte como instrumento de libertação.
• Sinestesia => mistura de sensações. Exemplos: “doce abraço”, “grito vermelho”.
• Musicalidade => aliteração (repetição de consoantes) e assonância (repetição de vogais).
• Dicotomia => alma/corpo, matéria/espírito.

“Ó formas alvas, brancas, Formas claras
De luares, de neves, de neblinas!...
 Ó Formas vagas, fluídas, cristalinas...
Incensos dos turíbulos das aras...”

Trecho de Antífona, de Cruz e Souza.

Neste trecho, o autor simbolista Cruz e Souza sugere um ambiente sem nomear objetivamente os elementos da realidade. Observa-se o imaginário, a fantasia e a obsessão pelo branco através da translucidez, nebulosidade e brilhos.