REDAÇÃO

I. NARRAÇÃO

Componentes da Narrativa


                                                                                               Personagem (quem?)
História: matéria-prima do texto do texto narrativo →
                                                                               Fatos (o quê?)

1) Seleção de fatos→  Perguntas pertinentes, que devem ser respondidas, ao escrever um texto narrativo:

a)       O que aconteceu?
b)       Quem são os personagens que participam da história?
c)       Como desenrolam os fatos?
d)       Aonde? (às vezes nem aparece na história)
e)       Causas.
f)        Conseqüências.                                                                                                                                                                                                                                                         


                         Protagonista
2) Conflito→              X                oposição de ideias
                         Antagonista



                                     3ª Pessoa: narrador-observador
3) Foco narrativo →      
                               1ª Pessoa: narrador-personagem



                                                                                           Cronológico: tempo físico
4) Disposição dos fatos em um determinado tempo→                                                   
                                                                  
                                                        Psicológico: tempo interior


*Personagem: fictícios ou não criados pelo autor.

*Espaço: lugar no qual ocorrem os fatos.

*Tempo: quando ocorrem os fatos.




II. DESCRIÇÃO

1) Física: gordo, magro, alto, baixo, nariz pequeno, olhos verdes, orelha grande, ...
2) Psicológica: gentil, nervoso, irritado, modesto, triste, complacente, desligado, ...
3) De objetos (uma parte ou mais): roupas, sapatos, lápis, caneta, mesa, quarto, ...

Durante uma narrativa, pode haver descrições de várias coisas.

TEXTOS

Texto 1.

                Assonando à porta, levantou o reposteiro e deu entrada a uma mulher, que caminhou para o centro da sala. Não era uma mulher, era uma sílfide, uma visão de poeta, uma criatura divina.
                Era loura, tinha os olhos azuis, como os de Cecília, extáticos, uns olhos que buscavam o céu ou pareciam viver dele. Os cabelos, desleixadamente penteados, faziam-lhe em volta da cabeça, um como resplendor de santa, santa somente, não mártir, porque o sorriso que lhe desabrochava os lábios era um sorriso de bem-aventurança, como raras vezes há de ter lido a terra.
                Um vestido branco, de finíssima cambraia, envolvia-lhe castamente o corpo, cujas formas aliás desenhava, pouco para os olhos, mas muito para a imaginação.

          ASSIS, Machado de. A Chinela Turca. In: Obra Completa. Rio de janeiro: Aguilar, 1986. p. 301. v. 2


_____________________________________________________________________________________

Texto 2.                                                           Tragédia Brasileira

Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade,
Conheceu Maria Elvira na Lapa, - prostituída, com sífilis, dermite nos dedos, uma aliança empenhada e o dentes em petição de miséria.
Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estácio, pagou médico, dentista, manicura... Dava tudo quanto ela queria.
Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado.
Misael não queria escândalo. Podia dar uma surra, um tiro, uma facada. Não fez nada disso: mudou de casa.
Viveram três anos assim.
Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado, Misael mudava de casa.
Os amantes moraram no Estácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria, Ramos, Bonsucesso, Vila Isabel, Rua Marquês de Sapucaí, Niterói, Encantado, Rua Clapp, outra vez no Estácio, Todos os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do Mato, Inválidos...
Por fim na Rua da Constituição, onde Misael, privado de sentidos e de inteligência, matou-a com seis tiros, e a polícia foi encontrá-la caída em decúbito dorsal, vestida de organdi azul.
                   
                    BANDEIRA, Manuel. Bandeira - Antologia Poética. São Paulo: José Olympio, 1995.


_____________________________________________________________________________________

Texto 3.               
A televisão, apesar de nos trazer uma imagem concreta, não fornece uma reprodução  fiel da realidade. Uma reportagem de tevê, com transmissão direta, é o resultado de vários pontos de vista: 1) do realizador, que controla e seleciona as imagens num monitor; 2) do produtor, que poderá efetuar cortes arbitrários; 3) do “camera man, que seleciona os ângulos de filmagem; finalmente de todos aqueles capazes de intervir no processo de transmissão. Por outro lado, alternando sempre as doses (apenas o rosto de um personagem no vídeo, por exemplo) com cenas reduzidas (a vista geral de uma multidão), a televisão não dá ao espectador a liberdade de escolher o essencial ou o acidental, ou seja, aquilo que ele deseja ver em grandes ou pequenos planos. Dessa forma, o veículo impõe ao receptor a sua maneira especialíssima de ver o real.
                                                          Sodré, Muniz. A Comunicação do Grotesco. Petrópolis: Vozes, 1977.
______________________________________________________________________