quinta-feira, 21 de abril de 2011

AS TRÊS FASES DO ROMANTISMO E SEUS POETAS

1ª FASE Gonçalves Dias e Gonçalves de Magalhães


Gonçalves Dias

Primeiro grande poeta do Romantismo brasileiro. A temática indianista que caracteriza sua obra apresenta forte colorido e ritmo. Seu grande poema indianista Os Timbiras ficou incompleto, pois durante o naufrágio em que o poeta morreu perderam-se também os textos. Além da vertente indianista, também se destaca a lírica amorosa, mas não apresenta passionalidade. Aqui a mulher é sempre um anjo, idealizada, numa ótica platônica.

Obras Principais:

• "I Juca Pirama", "Canção do Tamoio", “Os Timbiras” - sentimento de honra e valentia do índio

• "Leito de folhas verdes", "Se se morre de amor", "Como? És tu?", "Ainda uma vez - adeus!", "Seus olhos" - sentimento amoroso

• "Canção do Exílio" - solidão, exílio, amor à pátria, retomada por muitos modernistas

• "O mar", "A noite", "A tarde" - poesias impregnadas de religiosidade sobre a majestade da natureza

• Livros - Primeiros Cantos (1846), Segundos Cantos (1848), Sextilhas de Frei Antão (1848), Últimos Cantos (1851), Os Timbiras, Cantos (1857).



Gonçalves de Magalhães 13/08/1811, Rio de Janeiro (RJ) 10/06/1882, Roma, Itália

Domingos José Gonçalves de Magalhães nasceu no Rio de Janeiro, em 1811. Viveu na Europa, onde teve contato com a poesia romântica. A obra Suspiros Poéticos e Saudades foi considerada a obra inaugural do Romantismo no Brasil. O autor procurou criar e consolidar uma literatura nacional para o país. Morreu em Roma, em 1882. Seu poema de destaque foi Noite tempestuosa do livro Urânias.

Obras: Suspiros Poéticos e Saudades (1836); Urânias (1862); Cânticos Fúnebres (1864) e outros



2ª FASE Álvares de Azevedo – Casimiro de Abreu e Fagundes Varela

Álvares de Azevedo

Poeta que melhor representou a estética ultra-romântica. Tendência aos aspectos mórbidos e depressivos da existência, degeneração dos sentimentos, decadentismo e até satanismo. A escolha vocabular reflete essa tendência: "pálpebra demente", "matéria impura", "fúnebre clarão", "boca maldita", entre outros. Esta linguagem, acrescida de termos científicos, voltará no Simbolismo com Augusto dos Anjos.

Morreu tuberculoso aos 20 anos de idade, não sendo reunida em livro sua obra.


Obras Principais:

• "Liras dos vinte anos" - livro-síntese dessa geração pois revela a força lírica e a v ironia romântico-macabra

• "Macário" - composição livre, meio diálogo, meio narração

• "O Conde Lopo"

• "Poema do Frade"

• "Pedro Ivo" (poemetos)

• "Noite na Taverna" - prosa narrativa fala da boemia estudantil da época, que era uma forma de protesto e fuga



Casimiro de Abreu

Poeta que representa a sensibilidade brasileira espontânea. Levou vida boemia e morreu de tuberculose Sua poesia não foi muito inovadora, sendo considerado mais ingênuo dos românticos. Conhecido como "poeta da infância", fala muito da inocência perdida Trabalha também temas do chamado “romantismo descabelado”: exílio e lirismo amoroso.

Obras Principais:

• Camões e o Jaú (teatro)

• Carolina (romance)

• Camila (memórias)

• A Virgem Loura (prosa)

• Primaveras (poesia)


Fagundes Varela

Poeta romântico boêmio inspirado pelo byronismo. A morte marca sua vida pessoal com a perda do filho de três meses e da ex-esposa. Por sua amizade com Castro Alves, fez a ponte da poesia pessimista à poesia social. Falece, alcoólatra e mentalmente desequilibrado tornando-se o protótipo do poeta maldito brasileiro.

Obras Principais:

• Noturnas (1861), O Estandarte Auriverde (1863), Vozes da América (1864), Cantos e Fantasias (1865), Cantos Meridionais (1869), Cantos do Ermo e da Cidade (1869), Anchieta ou Evangelho na Selva (1875), Diário de Lázaro (1880), Cantos Religiosos (1878) - poesias

• Ruínas da Glória, Ester, Ina, Cora – prosa



3ª FASE Castro Alves e Sousândrade

Castro Alves

Porta-voz das ânsias coletivas tem na poesia abolicionista sua melhor realização na linha social ("Navio Negreiro" e "Vozes d'África). Em suas obras, atribui ao poeta a missão de denunciar as injustiças sociais e de clamar pela liberdade ("Adeus, meu canto").

Esse tipo de poesia se realiza num estilo vibrante, em que predominam as comparações, metáforas, antíteses, hipérboles, apóstrofes, empregadas quase sempre em função de elementos grandiosos da natureza, que sugerem imensidão, força, majestade, como: montanhas, cordilheiras, oceanos, tempestades, furacões, astros, cachoeiras, configurando assim o estilo chamado Condoreirismo.

Sua poesia amorosa é bem mais sensual do que se fazia na época. Nela, a mulher, diante das vagas idealizações ultra-românticas, aparece em toda sua beleza física e envolvida por um clima de erotismo e paixão.

Como a maioria dos poetas românticos morre cedo, aos 24 anos de idade.

Obras Principais:

• "Espumas Flutuantes" (1870)

• "A Cachoeira de Paulo Afonso" (1876)

• "Os escravos" (1883)

• além das poesias escreveu para o teatro “Gonzaga ou a Revolução de Minas” (1876)



Sousândrade

A principal obra de Sousândrade é o poema "Guesa errante", composto por vários cantos. Revolucionária para a época e depois esquecida. Precursora do Simbolismo e do Modernismo, a poesia de Sousândrade antecipa inclusive o uso de certas técnicas da poesia contemporânea.

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