terça-feira, 23 de agosto de 2011

RENASCIMENTO - características

A Pintura Renascentista


A pintura do Renascimento confirma as três conquistas que os artistas do último período gótico já haviam alcançado: a perspectiva, o uso do claro-escuro e o realismo.

No final da Idade Média e no Renascimento, porém, predomina a tendência de uma interpretação cientifica do mundo. O resultado disso nas artes plásticas, e sobretudo na pintura, são os estudos da perspectiva segundo os princípios da Matemática e da Geometria. O uso da perspectiva conduziu a outro recurso, o claro-escuro, que consiste em pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra. Esse jogo de contrastes reforça a sugestão de volume dos corpos. A combinação da perspectiva e do claro-escuro contribuiu para o maior realismo das pinturas.

Outra característica da arte do Renascimento, em especial da pintura, foi o surgimento de artistas com um estilo pessoal, diferente dos demais.

Durante a Idade Media, como vimos, a produção artística era anônima. Isso ocorreu porque toda a arte resultou de idéias anteriormente estabelecidas — seja pelo poder real, seja pelo poder eclesiástico — as quais o artista deveria se submeter.

Com o Renascimento esse quadro se altera, já que o período se caracteriza pelo ideal de liberdade e, conseqüentemente, pelo individualismo. E, portanto, a partir dessa época que começa a existir o artista como o conceituamos atualmente: um criador individual e autônomo, que expressa em suas obras os seus sentimentos e suas idéias, sem submissão a nenhum poder que não a sua própria capacidade de criação.

Assim, no Renascimento são inúmeros os nomes de artistas conhecidos, tendo cada um características próprias, como veremos a seguir.

Características do Renascimento

Antropocentrismo (o homem no centro): É a valorização do homem como ser racional. Para os renascentistas o homem era visto como a mais bela e perfeita obra da natureza. Tem capacidade criadora e pode explicar os fenômenos à sua volta.

Não se tratava de opor o homem a Deus e medir suas forças. Deus continuou sendo soberano diante do ser humano. Tratava-se na verdade de valorizar as pessoas em si, encontrar nelas as qualidades e as virtudes negadas pelo pensamento católico medieval. Nesse sentido, o “homem tornou-se a medida de todas as coisas”, ou seja. aquilo que servia ao ser humano passou a ser visto como bom, o que não servia, como não bom. Essa idéia de que o homem é a medi¬da de tudo foi criada pelos gregos e, como tudo o que é oriundo daquela cultura, aplicava-se à elite. Na Europa renascentista, a situação era a mesma.

Humanismo: Tem por base o neoplatonismo, que exalta os valores humanos e tenta dar nova dimensão ao homem. O humanismo se expande a partir de 1460, com a fundação de academias, bibliotecas e teatros em Roma, Florença, Nápoles, Paris e Londres. O humanista era o indivíduo que traduzia e estudava os textos antigos, principalmente gregos e romanos. Foi dessa inspiração clássica que nasceu a valorização do ser humano. A escultura e a pintura redescobrem o corpo humano. A arquitetura retoma as linhas clássicas e os palácios substituem os castelos. A música instrumental e vocal polifônica se sobrepõe ao cantochão (monótico). Expandem-se a prosa e a poesia literárias, a dramaturgia, a filosofia e a literatura política. Uma das características desses humanistas era a não especialização. Seus conhecimentos eram abrangentes.

Racionalismo: Implica na convicção de que tudo pode ser explicado pela razão do homem, pela ciência, e na recusa em acreditar em algo que não tenha sido provado. Através deste, tentava-se descobrir as leis que governam o mundo pela observação e pela experiência, contrapondo-se o conhecimento baseado na autoridade, na tradição e na inspiração de origem divina, características da cultura medieval. Essa característica do renascimento fez com que o experimentalismo e a ciência se desenvolvessem bastante.

Experimentalismo: Para os renascentistas, tudo poderia ser explicado pela razão e pela ciência e tudo poderia ser provado por experiências científicas.

Individualismo: Não consistia no isolamento do homem, mas refletia a possibilidade que cada um tinha de fazer opções, de manifestar-se sob diversos assuntos, de ser responsável pela condução da própria vida.É também a afirmação do artista como criador individual da obra de arte que se deu no Renascimento. O artista renascentista assinava suas obras, tornando-se famoso.

Hedonismo: É a valorização dos prazeres sensoriais. Esta visão se opunha à idéia medieval de associar o pecado aos bens e prazeres materiais. Surgido a partir do epicurismo (doutrina da antiguidade grega que identifica o bem com o prazer), o hedonismo representa o prazer como a finalidade da vida (“culto ao prazer”). No Renascimento representa a capacidade do homem produzir o belo; gerar uma obra apenas pelo prazer que ela possa dar, rompendo com o pragmatismo (gerar algo que tenha utilidade ao homem, tenha valor pratico). Posteriormente o hedonismo deu origem à filosofia que tem como principio obter o máximo com o mínimo de esforço.

Inspiração na antiguidade clássica: Os artistas renascentistas procuraram imitar a estética dos antigos gregos e romanos. O próprio termo Renascimento foi cunhado pelos contemporâneos do movimento, que pretendiam estar fazendo renascer aquela cultura, desaparecida durante a “Idade das Trevas” (Idade Média).

Otimismo: Era caracterizado pela crença dos renascentistas no progresso e na capacidade do homem de resolver problemas. Assim, eles apreciavam a beleza do mundo, tentando captá-la em suas obras de arte.

Repúdio ao medievalismo: O Renascimento é marcado pelos avanços científicos, culturais, filosóficos e artísticos. Mas, durante o feudalismo, o que ocorria era exatamente o contrario, esses “valores” que tanto evoluíram durante o Renascimento, praticamente foram esquecidos pela sociedade, os valores clássicos das primeiras sociedades foram substituídos pela repressão e submissão do povo controlado pela Igreja.



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