domingo, 3 de agosto de 2014

PRINCIPAIS CONCEITOS DA VANGUARDA EUROPEIA

CONCEITOS:

1.       O MODERNISMO
A ideia de modernismo, pragmaticamente falando, surge da ideia de criar novos mecanismos/objetos/ utensílios capazes de facilitar a vida da população média. População esta que vem de um trauma recente, as longuíssimas jornadas de trabalho que precisavam enfrentar para manter sua subsistência nos séculos XVIII e XIX.
Com esse anseio de ter uma vida facilitada é que se inicia o avanço tecnológico. A população projetora, com este avanço, ter um tempo maior de lazer, uma vida mais tranqüila, forma-se uma meta, um objetivo de vida. Um sonho comum a grande parte da população mundial, e o que traduz muito bem este anseio é a tentativa de criação de robôs que substituíam os humanos em suas atividades cotidianas. Esse é o chamado Projeto Moderno.
Já com relação às diversas artes, o que vem quebrar/romper estilos artísticos vigentes (anteriormente pensava-se “na sabedoria do passado que repousava a idade de ouro da humanidade, com iluminismo”). Surgem-se escolas com propostas novas e completamente inovadoras como é o caso do dadaísmo ou do surrealismo.
2.       O MODERNO
O moderno é um conceito experimentado pela cultura ocidental. Segundo Hans Ulrich Gumbrecht, a modernidade e a modernização correspondem a uma sobreposição desordenada de uma série de conceitos diferentes.
Pode-se dividir a transformação do conceito de moderno em cinco momentos. Em um primeiro momento, o conceito de moderno está calcado nos juízos de valor do senso comum, significando atual e bom. Esse primeiro conceito compactua de um sentido técnico da própria etmologia da palava, que vem do latim ''modernus'', significando limite da atualidade. Tal limite, segundo Hans Robert Jauss, é exclusivo à atualidade histórica do presente.
No século XII, o conceito de moderno entra em seu segundo momento, como sinônimo de aperfeiçoamento. O que é novo se torna um realce do que é antigo, fazendo com que este consiga sobreviver àquele.
O terceiro momento tem-se o Renascentismo do século XV, representado pela restauração do antigo, a fim de exprimir o caráter perfeito das coisas. É nesse momento que se aplica o pensamento de Jauss acerca do limite da atualidade, de modo a esclarecer que o presente não representa o novo sempre, como se isso lhe fora um direito natural. Um dia o presente será o passado e assim a modernidade um dia se transformaria em antiguidade.
No quarto momento, Charles Perrault traz um fim ao ideal renascentista de perfeição. Durante esse momento, coexistem dois partidos intelectuais, pertencentes principalmente iluminismo: os modernos, que acreditam no progresso com base na ciência e na filosofia; e os anciãos apreciadores do valor atemporal da antiguidade. É com os modernos que o conceito de moderno surge pela primeira vez como designador de um movimento, segundo o qual se acredita que cada época tem seus próprios costumes e olhares para a realidade. Distinguem-se duas naturezas para o que seria o belo: algo universal, que consiga transcender o tempo (beauté universelle) e algo presente e mutável no transcorrer das épocas (beau relatif).
O quinto momento é consagrado pelos chamados ''novos iluministas'', que creem no caráter futurista do moderno, que agora é sinônimo de algo bom, novo e autossuficiente. Nesse período, o moderno não se distancia do velho, mas sim do que é clássico.
3.       A MODERNIDADE
Para Baudelaire a dualidade da arte é consequência da dualidade do homem, pois existem varias formas de se vê o belo em varias obras de arte. Baudelaire comenta que para decifrar as mudanças sem precedentes ocorridas no cenário urbano, acarretadas pela revolução industrial é uma tarefa difícil e que só pode ser feita por um herói. Ser herói da modernidade significa entender de que forma os personagens apreende as informações, as novas situações da vida nas grandes cidades. A modernidade esta na forma de como se entende a realidade das coisas, dos fatos e da necessidade de se distanciar do passado como se o passado não fosse uma semente do presente. A modernidade, portanto, pode ser entendida como uma entidade, onde o contexto e o herói se fundem para dar sentido ao que chamamos de modernidade.
Segundo Walter Benjamin, o homme dês foules ou multidões humanas como alguém que busca algo e não que é tomado por fascinações repentinas por um indivíduo. Já flâneur “o boêmio” não procura algo específico, ele não está atrás de nada.
Baudelaire compara a forma de apreensão do mundo de seu homme du monde (mudo do homem)com o estado de um convalescente ou de uma criança dotada de razão para quem as menores sensações são recebidas com grande surpresa e entusiasmo, ele aguça os sentidos de seu observador munindo-se de uma curiosidade sensorial que gera como que uma hiperestesia.
Baudelaire defende que o espaço do herói moderno não está vago, uma vez que este herói não é ausente, falso e nem padece de uma descrição vaga. É sim, um herói verdadeiramente moderno, na medida em que é construído da mesma matéria e com a mesma estrutura lógica da modernidade.
O aponta 5 elementos que delineiam o conceito de modernidade.
1.        A valorização do presente corresponde ao caráter transitório e fugido, à parcela de bela contida na ideia do belo e sua consequência aproximação com a ideia do Zeitgeist.
2.        O pintor de costumes como o herói da modernidade por oposição à condição de isolamento do artista na modernidade. Isolado, o herói contribui para o caráter elitista dos Movimentos Modernistas.
3.        A modernidade enquanto natureza da relação entre o herói moderno e o seu contexto.
4.        A presença da “humanidade” compreendida como imperfeição assegurando a acessibilidade da experiência estática.
4. O FUTURISMO
Os futuristas saúdam a era moderna, aderindo entusiasticamente à máquina. O poeta italiano Marinetti disse: “o esplendor do mundo enriqueceu-se com uma nova beleza: a velocidade.”. Ele estava se referindo ao automóvel. Principais artistas: Giacomo Balla, Carlo Carra, Umberto Boccioni, etc.

        5. IMPRESSIONISMO

Foi um movimento artístico que revolucionou profundamente a pintura e deu início às grandes tendências do século XX. O nome do movimento é derivado da obra Impressão, Nascer do Sol (1872), de Claude Monet. Os autores impressionistas não mais se preocupavam com os preceitos do Realismo ou da academia. A busca pelos elementos fundamentais de cada arte levou os pintores impressionistas a pesquisar a produção pictórica não mais interessados em temáticas nobres ou no retrato fiel da realidade, mas em ver o quadro como obra em si mesma. A luz e o movimento utilizando pinceladas soltas tornam-se o principal elemento da pintura, sendo que geralmente as telas eram pintadas.
Principais características deste movimento:
a)        A pintura deve mostrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz do sol num determinado momento, pois as cores da natureza mudam constantemente, dependendo da incidência da luz do sol;
b)       As figuras não devem ter contornos nítidos;
c)        As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos causam. O preto jamais é usado em uma obra impressionista plena;
d)       Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares. Assim um amarelo próximo a um violeta produz um efeito mais real do que um claro-escuro muito utilizado pelos academicistas no passado. Essa orientação viria dar mais tarde origem ao pontilhismo e
e)        As cores e tonalidades não devem ser misturadas e sim puras.
Entre os principais expoentes do Impressionismo estão Claude Monet, Edgar Degas e Renoir.

6.       EXPRESSIONISMO
O Expressionismo é a arte do instinto, trata-se de uma pintura dramática, subjetiva, “expressando” sentimentos humanos. Utilizando cores irreais, dá forma plástica ao amor, ao ciúme, ao medo, à solidão, à miséria humana, à prostituição. Deforma-se a figura, para ressaltar o sentimento. Predominância dos valores emocionais sobre os intelectuais. Corrente artística concentrada especialmente na Alemanha entre 1905 e 1930. Principais características deste movimento:
a)        Pesquisa no domínio psicológico;
b)       Cores resplandecentes, vibrantes, fundidas ou separadas;
c)        Dinamismo improvisado, abrupto, inesperado;
d)       Pasta grossa, martelada, áspera;
e)        Técnica violenta: o pincel ou espátula vai e vem, fazendo e refazendo, empastando ou provocando explosões e
f)        Preferência pelo patético, trágico e sombrio.

Principais artistas são: Paul Gauguin, Paul Cézanne, Vicent Van Gogh  Toulouse-Lautrec, Munch e Paul Klee.

          7. CUBISMO
Originou-se na obra de Cézanne, pois para ele a pintura deveria tratar as formas da natureza como se fossem cones, esferas e cilindros. Entretanto, os cubistas foram mais longe do que Cézanne. Passaram a representar os objetos com todas as suas partes num mesmo plano. Na verdade, essa atitude de decompor os objetos não tinha nenhum compromisso de fidelidade com a aparência real das coisas. O pintor cubista tenta representar os objetos em três dimensões, numa superfície plana, sob formas geométricas, com o predomínio de linhas retas. Não representa, mas sugere a estrutura dos corpos ou objetos. Representa-os como se movimentassem em torno deles, vendo-os sob todos os ângulos visuais, por cima e por baixo, percebendo todos os planos e volumes.
Principais características deste movimento:
a) Geometrização das formas e volumes;
b) Renúncia à perspectiva;
c) O claro-escuro perde sua função;
d) Representação do volume colorido sobre superfícies planas;
e) Sensação de pintura escultórica;
f) Cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza, por um ocre apagado ou um castanho suave.
Principais artistas são: Pablo Picasso, Georges Braque e Tarsila do Amaral.

8.       DADAÍSMO
O movimento Dadá (Dada) ou Dadaísmo foi uma vanguarda moderna fundada     em Zurique, em 1916, por um grupo de escritores e artistas plásticos.
 É caracterizado pela oposição a qualquer tipo de equilíbrio, pela combinação de pessimismo irônico e ingenuidade radical, pelo ceticismo absoluto e improvisação. Enfatizou o ilógico e o absurdo. Entretanto, apesar da aparente falta de sentido, o movimento protestava contra a loucura da guerra. Assim, sua principal estratégia era mesmo denunciar e escandalizar.

        9. SURREALISMO

Foi por excelência a corrente artística moderna da representação do irracional e do subconsciente. Suas origens devem ser buscadas no dadaísmo e na pintura metafísica de Giorgio De Chirico. Principais artistas: Salvador Dali e Joan Miro. 

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