CONCEITOS:
1.
O MODERNISMO
A ideia de modernismo,
pragmaticamente falando, surge da ideia de criar novos mecanismos/objetos/
utensílios capazes de facilitar a vida da população média. População esta que
vem de um trauma recente, as longuíssimas jornadas de trabalho que precisavam
enfrentar para manter sua subsistência nos séculos XVIII e XIX.
Com esse anseio de ter
uma vida facilitada é que se inicia o avanço tecnológico. A população
projetora, com este avanço, ter um tempo maior de lazer, uma vida mais
tranqüila, forma-se uma meta, um objetivo de vida. Um sonho comum a grande
parte da população mundial, e o que traduz muito bem este anseio é a tentativa
de criação de robôs que substituíam os humanos em suas atividades cotidianas.
Esse é o chamado Projeto Moderno.
Já com relação às
diversas artes, o que vem quebrar/romper estilos artísticos vigentes
(anteriormente pensava-se “na sabedoria do passado que repousava a idade de
ouro da humanidade, com iluminismo”). Surgem-se escolas com propostas novas e
completamente inovadoras como é o caso do dadaísmo ou do surrealismo.
2.
O MODERNO
O moderno é um conceito
experimentado pela cultura ocidental. Segundo Hans Ulrich Gumbrecht, a
modernidade e a modernização correspondem a uma sobreposição desordenada de uma
série de conceitos diferentes.
Pode-se dividir a
transformação do conceito de moderno em cinco momentos. Em um primeiro momento,
o conceito de moderno está calcado nos juízos de valor do senso comum,
significando atual e bom. Esse primeiro conceito compactua de um sentido
técnico da própria etmologia da palava, que vem do latim ''modernus'',
significando limite da atualidade. Tal limite, segundo Hans Robert Jauss, é
exclusivo à atualidade histórica do presente.
No século XII, o conceito de
moderno entra em seu segundo momento, como sinônimo de aperfeiçoamento. O que é
novo se torna um realce do que é antigo, fazendo com que este consiga
sobreviver àquele.
O terceiro momento tem-se o Renascentismo
do século XV, representado pela restauração do antigo, a fim de exprimir o
caráter perfeito das coisas. É nesse momento que se aplica o pensamento de
Jauss acerca do limite da atualidade, de modo a esclarecer que o presente não
representa o novo sempre, como se isso lhe fora um direito natural. Um dia o
presente será o passado e assim a modernidade um dia se transformaria em
antiguidade.
No quarto momento, Charles
Perrault traz um fim ao ideal renascentista de perfeição. Durante esse momento,
coexistem dois partidos intelectuais, pertencentes principalmente iluminismo:
os modernos, que acreditam no progresso com base na ciência e na filosofia; e
os anciãos apreciadores do valor atemporal da antiguidade. É com os modernos
que o conceito de moderno surge pela primeira vez como designador de um
movimento, segundo o qual se acredita que cada época tem seus próprios costumes
e olhares para a realidade. Distinguem-se duas naturezas para o que seria o
belo: algo universal, que consiga transcender o tempo (beauté universelle) e
algo presente e mutável no transcorrer das épocas (beau relatif).
O quinto momento é consagrado
pelos chamados ''novos iluministas'', que creem no caráter futurista do
moderno, que agora é sinônimo de algo bom, novo e autossuficiente. Nesse
período, o moderno não se distancia do velho, mas sim do que é clássico.
3.
A MODERNIDADE
Para Baudelaire a dualidade da
arte é consequência da dualidade do homem, pois existem varias formas de se vê
o belo em varias obras de arte. Baudelaire comenta que para decifrar as
mudanças sem precedentes ocorridas no cenário urbano, acarretadas pela
revolução industrial é uma tarefa difícil e que só pode ser feita por um herói.
Ser herói da modernidade significa entender de que forma os personagens
apreende as informações, as novas situações da vida nas grandes cidades. A
modernidade esta na forma de como se entende a realidade das coisas, dos fatos
e da necessidade de se distanciar do passado como se o passado não fosse uma
semente do presente. A modernidade, portanto, pode ser entendida como uma
entidade, onde o contexto e o herói se fundem para dar sentido ao que chamamos
de modernidade.
Segundo Walter Benjamin, o
homme dês foules ou multidões humanas como alguém que busca algo e não que é
tomado por fascinações repentinas por um indivíduo. Já flâneur “o boêmio” não
procura algo específico, ele não está atrás de nada.
Baudelaire compara a forma de
apreensão do mundo de seu homme du monde (mudo do homem)com o estado de um
convalescente ou de uma criança dotada de razão para quem as menores sensações
são recebidas com grande surpresa e entusiasmo, ele aguça os sentidos de seu
observador munindo-se de uma curiosidade sensorial que gera como que uma
hiperestesia.
Baudelaire defende que o
espaço do herói moderno não está vago, uma vez que este herói não é ausente,
falso e nem padece de uma descrição vaga. É sim, um herói verdadeiramente
moderno, na medida em que é construído da mesma matéria e com a mesma estrutura
lógica da modernidade.
O aponta 5 elementos que
delineiam o conceito de modernidade.
1.
A valorização do
presente corresponde ao caráter transitório e fugido, à parcela de bela contida
na ideia do belo e sua consequência aproximação com a ideia do Zeitgeist.
2.
O pintor de
costumes como o herói da modernidade por oposição à condição de isolamento do
artista na modernidade. Isolado, o herói contribui para o caráter elitista dos
Movimentos Modernistas.
3.
A modernidade
enquanto natureza da relação entre o herói moderno e o seu contexto.
4.
A presença da
“humanidade” compreendida como imperfeição assegurando a acessibilidade da
experiência estática.
4. O FUTURISMO
Os
futuristas saúdam a era moderna, aderindo entusiasticamente à máquina. O poeta
italiano Marinetti disse: “o esplendor do mundo enriqueceu-se com uma nova
beleza: a velocidade.”. Ele estava se referindo ao automóvel. Principais
artistas: Giacomo Balla, Carlo Carra, Umberto Boccioni, etc.
5. IMPRESSIONISMO
Foi
um movimento artístico que revolucionou profundamente a pintura e deu início às
grandes tendências do século XX. O nome do
movimento é derivado da obra Impressão, Nascer do Sol (1872),
de Claude Monet.
Os autores impressionistas não mais se preocupavam com os preceitos do Realismo
ou da academia.
A busca pelos elementos fundamentais de cada arte levou os pintores
impressionistas a pesquisar a produção pictórica não mais interessados em
temáticas nobres ou no retrato fiel da realidade, mas em ver o quadro como obra
em si mesma. A luz e o
movimento
utilizando pinceladas soltas tornam-se o principal elemento da pintura, sendo
que geralmente as telas eram pintadas.
Principais
características deste movimento:
a)
A pintura deve mostrar as tonalidades que os objetos
adquirem ao refletir a luz do sol num determinado momento, pois as cores da
natureza mudam constantemente, dependendo da incidência da luz do sol;
b)
As figuras não devem ter contornos nítidos;
c)
As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a
impressão visual que nos causam. O preto jamais é usado em uma obra
impressionista plena;
d)
Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo
com a lei das cores complementares. Assim um amarelo próximo a um violeta
produz um efeito mais real do que um claro-escuro muito utilizado pelos
academicistas no passado. Essa orientação viria dar mais tarde origem ao pontilhismo
e
e)
As cores e tonalidades não devem ser misturadas e sim puras.
Entre os principais expoentes do Impressionismo estão Claude Monet,
Edgar Degas
e Renoir.
6. EXPRESSIONISMO
O
Expressionismo é a arte do instinto, trata-se de uma pintura dramática,
subjetiva, “expressando” sentimentos humanos. Utilizando cores irreais, dá
forma plástica ao amor, ao ciúme, ao medo, à solidão, à miséria humana, à
prostituição. Deforma-se a figura, para ressaltar o sentimento. Predominância
dos valores emocionais sobre os intelectuais. Corrente artística concentrada
especialmente na Alemanha entre 1905 e 1930. Principais características deste movimento:
a)
Pesquisa no
domínio psicológico;
b)
Cores
resplandecentes, vibrantes, fundidas ou separadas;
c)
Dinamismo
improvisado, abrupto, inesperado;
d)
Pasta grossa,
martelada, áspera;
e)
Técnica violenta:
o pincel ou espátula vai e vem, fazendo e refazendo, empastando ou provocando
explosões e
f)
Preferência pelo
patético, trágico e sombrio.
Principais
artistas são: Paul Gauguin, Paul Cézanne, Vicent Van Gogh Toulouse-Lautrec,
Munch e Paul Klee.
7. CUBISMO
Originou-se
na obra de Cézanne, pois para ele a pintura deveria tratar as formas da
natureza como se fossem cones, esferas e cilindros. Entretanto, os cubistas
foram mais longe do que Cézanne. Passaram a representar os objetos com todas as
suas partes num mesmo plano. Na verdade, essa atitude de decompor os objetos
não tinha nenhum compromisso de fidelidade com a aparência real das coisas. O
pintor cubista tenta representar os objetos em três dimensões, numa superfície
plana, sob formas geométricas, com o predomínio de linhas retas. Não
representa, mas sugere a estrutura dos corpos ou objetos. Representa-os como se
movimentassem em torno deles, vendo-os sob todos os ângulos visuais, por cima e
por baixo, percebendo todos os planos e volumes.
Principais
características deste movimento:
a)
Geometrização das formas e volumes;
b)
Renúncia à perspectiva;
c)
O claro-escuro perde sua função;
d)
Representação do volume colorido sobre superfícies planas;
e)
Sensação de pintura escultórica;
f)
Cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza, por um ocre apagado ou
um castanho suave.
8. DADAÍSMO
O movimento Dadá
(Dada) ou Dadaísmo foi
uma vanguarda
moderna fundada em Zurique,
em 1916,
por um grupo de escritores
e artistas plásticos.
É caracterizado pela oposição a qualquer tipo de
equilíbrio, pela combinação de pessimismo irônico e ingenuidade radical, pelo
ceticismo absoluto e improvisação. Enfatizou o ilógico e o absurdo. Entretanto,
apesar da aparente falta de sentido, o movimento protestava contra a loucura da
guerra. Assim, sua principal estratégia era mesmo denunciar e escandalizar.
9. SURREALISMO
Foi
por excelência a corrente artística moderna da representação do irracional e do
subconsciente. Suas origens devem ser buscadas no dadaísmo e na pintura
metafísica de Giorgio De Chirico. Principais artistas: Salvador Dali e Joan
Miro.
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